Aos amores não vividos

É, eu te esperei, ansiei por você tanto quanto uma mãe anseia pelo seu primeiro filho.

Quis te ver, te tocar, sentir teu cheiro sendo trazido pelo vento, ter meu cabelo afagado pelas tuas mãos, enquanto deito minha cabeça lenta e calmamente em teu colo.

É, eu te esperei, desenhei inúmeros passeios de mãos dadas por todos os cenários românticos e clichês já descritos na literatura.

Vi tantas vezes o teu olhar, que ao fechar os meus olhos, posso senti-lo percorrer todo o meu corpo, da cabeça aos pés, como quem observa uma pintura de seu artista favorito, desejando absorver todos os detalhes e mensagens transmitidas ali.

Eu quis ouvir tua voz chamar pelo meu nome, quis sentir nela a necessidade de me ter por perto.

É, eu te esperei e ainda te espero todos os dias, assim como espero pelo sol e pela lua.

E quando você chegar, estarei sentada em um banquinho branco de madeira, no meio de um parque durante uma tarde de outono, com um livro na mão, o coração tranquilo e o seu lugar guardado ao meu lado.

Só te peço uma coisa: não demora, já estou nas últimas páginas…