Democracia é tudo? Olhe bem para a China

“É uma suposição padrão no Ocidente: à medida que uma sociedade progride, uma hora ela se torna uma democracia capitalista multipartidária.” Partindo dessa premissa, que ocupa lugar comum no pensamento ocidental, Eric X. Li faz dura crítica ao mito da democracia como única forma adequada de governo.

Tomando como exemplo o caso da China, hoje a segunda maior economia do mundo, Eric, que é cientista social e investidor de risco, traça, durante uma breve palestra para o TED (sobre o qual já falamos aqui), um paralelo entre os sistemas multi e unipartidário.

Ele não pretende provar que a democracia é um sistema falido — apesar das suas incongruências internas —, mas tão somente romper com a ideia de que nenhuma outra forma de governo é possível. E como ele faz isso? Com dados empíricos: a economia chinesa está crescendo de forma assustadora e, pasmem, não se trata de um sistema democrático.

Claro, nós do ocidente não podemos fechar os olhos para os problemas que assolam a China, como é o caso da exploração infantil, longas jornadas de trabalho e cada vez menos espaço nos grandes centros urbanos. Problemas assim existem em qualquer lugar do planeta, em maior ou menor grau.

Qual o segredo do sistema unipartidário, responsável por elevar a China ao posto de segunda maior economia? Competência, resume Eric X. Li. Nos sistemas democráticos, as eleições periódicas acabam por legitimar sujeitos que não possuem competência para governar. No sistema unipartidário, por sua vez, os sujeitos enfrentam um longo percurso antes de assumirem grandes responsabilidades.

Essa é apenas uma das diferenças abordadas ao longo da fabulosa palestra, que pode ser assistida abaixo. Não é fácil romper com o fetiche democrático tão acentuado entre nós, ocidentais, mas podemos considerar um “e se?”. A China, bem ou mal, está ai para mostrar que é possível.