Direitos Humanos ao Avesso

Pastor Feliciano Marcos (PSC-SP) é o novo presidente da Comissão de ireitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados Foto: Diógenis Santos/Agência Câmara
Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) é o novo presidente da Comissão de ireitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados
Foto: Diógenis Santos/Agência Câmara

Não é necessário descrever do que se tratam os direitos humanos, a denominação é auto-explicativa. Seu conceito é antônimo às atitudes e crenças do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP). Acusado de homofobia e racismo, o pastor foi eleito na manhã de hoje (7 de março de 2013) como o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias. Um episódio que será marcado na história política do Brasil como um dos maiores atos antidemocráticos e sem sentidos.

O nome do colegiado é Comissão de Direitos Humanos e Minorias. Não é preciso buscar índices de IBGE ou pesquisas do Data Folha para ter o conhecimento de que o cristianismo é a religião predominante no país. Então como uma pessoa representando o PSC (Partido Social Cristão) é capaz de representar a minoria? Em primeiro lugar, para garantir a laicidade do Estado, partido político algum deveria compactuar com ideologias religiosas. Em uma entrevista à Veja, o pastor chegou a dizer que “O casamento gay fere os direitos da Igreja“. Esta inconstitucionalidade é escancaradamente praticada em congressos e plenários brasileiros.

Como é possível (também) o presidente da Comissão dos Direitos Humanos e Minorias ser o autor desta declaração racista abaixo? Um ato abominável e vergonhoso. O pastor também afirmou durante um congresso dos Gideões Missionários que “a Aids é um câncer gay”.

Manifestação publicada no twitter foi apagada pelo pastor
Manifestação publicada no twitter foi apagada pelo pastor

Mais que isso, o pastor é conhecido por arrecadar dinheiro de fiéis em seus cultos prometendo milagres. Assista abaixo o vídeo em que o pastor, além de extorquir com sua lábia mil reais de um cidadão tetraplégico, discursa inúmeros absurdos.

“Isso não te quebra o coração? Você vai ficar mesmo com o dinheiro na sua carteira?”

‎”Samuel de Souza doou o cartão, mas não doou a senha. Aí não vale. Depois vai pedir milagre pra Deus, Deus não vai dar e vai falar que Deus é ruim”

Vale a pena também assistir à renúncia do deputado Domingos Dutra (PT-MA) minutos antes da votação iniciar. O motivo da indignação do antigo presidente da Comissão, que é negro, foi em virtude de o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), ter convocado a sessão para eleição da presidência do colegiado a portas fechadas. Sendo assim, os manifestantes contrários a Marco Feliciano foram impedidos de protestar, deixando o caminho livre para a bancada religiosa, maioria na Comissão, eleger o pastor sem sofrer pressão popular.

Com 11 votos favoráveis, um a mais do que o mínimo necessário para a consolidação da escolha, a Comissão elegeu Pastor Marco Feliciano como o novo presidente. Seriam inúteis os votos dos opositores Erika Kokay (PT-DF), Jean Wyllys (PSOL-RJ), Luiza Erundina (PSB-SP), Janete Pietá (PT-SP), Padre Ton (PT-RO), Luiz Couto (PT-PB), Domingos Dutra (PT-MA) e Chico Alencar (PSOL-RJ), que abandonaram a sessão.

“Não fico em uma sessão onde o povo brasileiro foi excluído numa comissão que foi criada para fazer a ligação entre o parlamento e a população brasileira.

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