Lei em defesa dos Seres Extraterrestres

Imagine que você está caminhando tranquilamente pela calçada, respondendo a uma mensagem de texto enquanto pensa na desculpa que vai dar ao seu chefe pelo segundo atraso consecutivo. Nesse exato momento uma nave espacial — sim, uma nave espacial — aterriza na sua frente. De dentro dela sai uma criatura sobrenatural.

O que você faz?

( ) Sai correndo
( ) Tenta fazer contato
( ) Nem sai correndo, nem tenta fazer contato, mas fica estagnado, perplexo.

Marque uma opção.

Qual seria a reação do Governo ao tomar conhecimento dessa situação? A polícia, que não tem preparo nem para lidar com humanos, responderia com balas de borracha e bombas de efeito moral? A ficção científica nos dá alguma ideia de como tal situação seria contornada pelas autoridades públicas.

Sabe aquela velha máxima de atirar primeiro e perguntar depois? Pois é, seria mais ou menos assim. E, pensando nisso, resolvi reivindicar uma lei de proteção aos seres extraterrestres.

Isso não significa dizer que toda e qualquer criatura inteligente que venha nos visitar poderá fazer o que bem entender no nosso planeta e sim que nós, seres humanos, não poderemos fazer o que bem entendermos com eles. Loucura? Não, precaução.

Só existe uma barreira para a criação dessa lei: como lutar pelos direitos de um ser extraterrestre se não conseguimos assegurar nem mesmo os direitos e garantias do ser humano? Entre nós existe diferença entre o branco e o negro, o homem e a mulher, o nacional e o estrangeiro. Somos estranhos uns para os outros.

Viu? O problema nem é sobre a existência ou não de extraterrestres, mas sobre a nossa incapacidade de perceber as mulheres, os negros, os índios, os pobres e outros grupos minoritários como dignos de igual respeito e consideração.