‘Do Inferno’, a história de ‘Jack, O Estripador’ contada por Alan Moore ganha edição de luxo

Jack, O Estripador é provavelmente o serial killer mais folclórico que se tem conhecimento. No ano de 1888, em Londres, a história inundou jornais, cafés, conversas, trens, pubs e todo o resto. Ao menos cinco mulheres foram assassinadas por um homem misterioso e que jamais teve sua identidade revelada. Mais de 20 homens já se tornaram publicamente suspeitos, incluindo o escritor Lewis Carroll, autor de Alice no País das Maravilhas. No entanto, a suspeita de Lewis não passa de uma conspiração e raramente é levada a sério.

Um século mais tarde, em 1989, Alan Moore e Eddie Campbell lançaram a majestosa graphic novel “Do Inferno”, notoriamente inspirada no caso. O livro acende uma investigação sobre a brutalidade humana em uma carregada trama policial durante a era vitoriana.

Moore, mestre dos quadrinhos e autor de outros genialivros, como “V de Vingança” e “Watchmen”, baseia a narrativa na hipótese de que os assassinatos nada mais foram do que uma conspiração para abafar o caso de um nascimento de um herdeiro ilegítimo do trono britânico – o que seria um escândalo na época. Para escrever a história, Alan Morre realizou uma extensa pesquisa bibliográfica e visitou com frequência o bairro londrino de Whitechapel, onde tudo aconteceu.

Originalmente, a obra foi publicada na Inglaterra em fascículos. Recebe agora uma nova edição de luxo em português, lançado pela Editora Veneta. O livro ainda traz as notas originais de Moore. Nelas, o leitor pode observar os trechos que são puramente ficção e os que possuem base histórica de acordo com suas pesquisas. A edição tem 592 páginas.

Alan Moore - Eddie Campbell - Do Inferno - Editora Veneta (1)

“Do Inferno” é uma obra aclamadíssima mundialmente, tornou-se um bestseller e foi adaptada ao cinema em 2001. O longa-metragem homônimo, dirigido por Albert e Allen Hughes, teve Johnny Depp como protagonista, interpretando o inspetor Frederick Abberline.

Recentemente, o escritor Russel Edwards lançou o livro Naming Jack the Ripper (mais um sobre o caso). De acordo com o autor, o verdadeiro “Jack, O Estripador” foi Aaron Kosminsky, um jovem imigrante polonês de 23 anos e que trabalhava como barbeiro. A hipótese é defendida após um exame de DNA de um pedaço de roupa de Chatherine Eddowes (uma das prostitutas assassinadas) conter traços de sêmen que pertenciam ao polonês.

Independente dessa análise, o caso sempre renderá dúvidas e mistérios. E também bons livros, bons filmes, boas séries, bons documentários, boas conspirações e tudo mais.

Alan Moore - Eddie Campbell - Do Inferno - Editora Veneta (5)