Não esqueça de si mesma, sociedade

A política nacional, e também a mundial, encontra-se caótica, demagoga, dissimulada e acomodada. Mas, contrariando o que muitos acreditam, este comodismo não é atual; ele se faz presente há muito tempo, bem antes do cenário em que a política brasileira, por exemplo, se encontra.

No que se diz respeito à participação da sociedade na política, o atual cenário político brasileiro divide ainda mais quem compõe esta comunidade, e estamos falando no modo extremo. O bem social, que deveria ser pensado da sociedade e do Estado para a própria sociedade, está diretamente conectado às atitudes tomadas pelos governantes — que, independentemente de partidos, constroem há anos um aspecto negativo para o país. Esta porcentagem de administradores que está no poder é a responsável pelo abandono (quase) total da população na construção de uma política que visa os interesses da sociedade a qual estamos inseridos. Poucos grupos controlam sutilmente todos os passos que o país toma ou pensa tomar, tendo um objetivo em comum: seus interesses correspondidos a qualquer custo.

A união social em prol de um objetivo comum tem enorme peso para gerar mudanças no sistema governamental de uma nação. Na sociologia constatamos que a partir do momento em que uma pessoa se identifica como ser social, a mesma passa a ser também um indivíduo opinante, capaz de criar suas próprias ideologias, se tornando apto a entender a política e seus pormenores. Pouquíssimas foram as vezes em que a sociedade brasileira agiu como um verdadeiro patriota, a mais recente ocorreu em 2013, onde o processo de “coisificação”’ da política foi combatido por quase todo o território. Este sistema, muito imposto pela grande mídia, forma uma ideia de que é dispensável pleitear por um senso comum, totalmente conivente com a melhora das condições sociais.

A participação social na política é indispensável para a própria, mas superável para quem não luta a favor de um todo. Este raciocínio é volátil; ele deixa a coletividade no estado de mesmice que a mesma está acostumada: instável, desnivelada e acomodada. O que a sociedade não pode esquecer de maneira alguma é que, para a esmagadora maioria de seus direitos e benefícios existir nos dias de hoje, lutas passadas foram brigadas por outras sociedades.