O que podemos aprender com a derrota do Brasil

Fim de jogo e fim do sonho. O tão esperado hexa foi adiado para daqui a quatro anos (ou não). Mas podemos tirar algumas conclusões a partir desse episódio.

A primeira delas talvez seja a mais fundamental de todas: as vitórias passadas não são uma garantia de bom desempenho no futuro. O Brasil é pentacampeão e carrega uma bagagem enorme. Somos — ou pelo menos éramos — o país do futebol. No fim das contas o que vale é o agora, a entrega nos 90 minutos de jogo.

A segunda conclusão diz respeito aos torcedores, ao povo brasileiro que acompanha os jogos e dá suporte à Seleção. Bipolaridade pura. Quem começou o jogo comemorando a vitória antecipadamente sai dos estádios, da frente da TV ou do barzinho com sede de vingança. Querem encontrar um culpado e já temos alguns suspeitos.

A Copa não foi comprada, isso é evidente — está ai a derrota por seis gols de diferença, que é para não restar dúvida. E agora temos milhões de pessoas descontentes e sem nenhuma motivação. Mistura explosiva: a rua vai novamente virar palco das manifestações. Caos urbano.

O futebol teve força suficiente para silenciar, ou pelo menos minimizar, a energia revolucionária da população. Mas acabou. Nem mesmo a possibilidade de um “terceiro lugar” será capaz de acalmar os ânimos. E isso não é ruim, muito pelo contrário. É um ótimo momento para refletir sobre a situação do Brasil.