Planeta Pede Pedal!

Vestígio de Aventura

Beto é um cara de sorte. Não necessariamente seja somente sorte, com certeza não é só isso, mas que ele tem sorte, isso é inegável.

Trabalhando em uma cafeteria para ajudar uma prima, Beto viu seu maior sonho de vida sentar no balcão e pedir um café. Era o dono de uma marca de roupas esportivas cheio de ideias e boa vontade, foi um encontro que tinha que acontecer.

Sob o balcão o livro Pelos Caminhos de Nuestra América, um diário de bordo, escrito durante a viagem de dois anos feita por Rafael Limaverde em sua passagem por 16 países latino americanos. O assunto fluiu, Beto contou sobre suas primeiras experiências com o cicloturismo, viajando de Fortaleza a Salvador, sobre seu projeto Planeta Pede Pedal e sobre sua paixão por fotografia. Pronto, ali estava se formando uma parceria que mudaria de vez a sua vida.

Planeta Pede PedalVestígio de aventura

Foram mais ou menos sete meses de preparação, para botar em prática o projeto, que agora é chamado de Vestígio de Aventura. No dia do seu aniversário, 2 de dezembro de 2012, o “rolê” de dois anos e meio começou, saindo de Araraquara (SP) em direção ao sul, até o Chuy, quando então começou a aventura em terra estrangeira. Além do Brasil serão 16 países: Uruguai, Argentina, Chile, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Panamá, Costa Rica, Nicarágua, Honduras, Guatemala, Belize, México, Cuba e Venezuela, até retornar ao Brasil onde passa por mais 13 estados do norte e nordeste chegando de volta em São Paulo entre março e abril de 2015, contabilizando 28,500 quilômetros percorridos. Beto registra tudo de tempos em tempos através de um diário de bordo na página do projeto no facebook, além das lindas fotos dos lugares por onde passou e das pessoas que conheceu.

Vestígio de aventura

Beto carrega com ele absolutamente tudo, lembranças, experiências, encontros, amigos, família e tudo mais que pode caber dentro de um coração enorme e cheio de coragem, além disso, é claro, 50 quilos de bagagem, algumas pouquíssimas mudas de roupa, equipamentos e o que agora é a sua casa, uma barraquinha verde, que combina com todos os lugares por onde passa, tudo isso perdurado na “Princesa”, sua bicicleta.

No sétimo mês de viagem, Beto está agora no Chile,  mais precisamente no deserto do Atacama, onde acabou de percorrer um trecho de 435km desérticos em 4 dias.

Vestígio de Aventura

São Paulo: “Esses primeiros dois dias de viagem foram maravilhosos, um sentimento de liberdade que eu nunca havia sentido, nem dá pra acreditar em tudo o que está acontecendo! Hoje, o que eu peço, é pra que eu jamais esqueça de cada segundo do que aconteceu no domingo, nos últimos 30 minutos antes de sair pedalando. Aquela choradeira foi a mais feliz da minha vida!” (Bauru, Ourinhos e Cornélio Procópio).

Vestígio de aventura

Uma das muitas vezes em que o pneu furou
Uma das muitas vezes em que o pneu furou

Paraná:  “Já posso sentir o cheiro da aventura que eu realmente busco! Essa semana dei o meu primeiro passo em direção ao desconhecido, à falta de conforto, de luz, de estrutura. Finalmente cheguei num lugar sem saber o que iria acontecer, sem nada combinado. Finalmente estreei a minha linda barraquinha, meu fogareiro, minha lanterna e minha blusa de frio!” (Maringá, Marilândia do Sul, Serra do Cadeado, Ortigueira, Mauá da Serra, Caetano Mendes, Ponta Grossa e Curitiba).

"Em Marilândia do Sul, conheci o Seu Álvaro, que mora em um castelo (Castelo El- Dourado) que existe nos arredores da cidade! Ali ele vivi sozinho e conta com a ajuda do Osmar, o caseiro (ou casteleiro?), que passa o dia com ele, dando os remédios que ele precisa e toda a assistência necessária. A noite o Osmar vai embora e Seu Álvaro fica sozinho, num castelo que foi considerado um dos locais mais misteriosos do Brasil, segundo uma reportagem do Fantástico! Apesar de parecer sinistro, pude bater um papo com os dois, e vi que não há nada de sombrio, mas sim, um velhinho muito inteligente e bem humorado e um casteleiro pra lá de sorridente!"
“Em Marilândia do Sul, conheci o Seu Álvaro, que mora em um castelo (Castelo El- Dourado) que existe nos arredores da cidade! Ali ele vivi sozinho e conta com a ajuda do Osmar, o caseiro (ou casteleiro?), que passa o dia com ele, dando os remédios que ele precisa e toda a assistência necessária. A noite o Osmar vai embora e Seu Álvaro fica sozinho, num castelo que foi considerado um dos locais mais misteriosos do Brasil, segundo uma reportagem do Fantástico! Apesar de parecer sinistro, pude bater um papo com os dois, e vi que não há nada de sombrio, mas sim, um velhinho muito inteligente e bem humorado e um casteleiro pra lá de sorridente!”
"Esse é o castelo do Seu Álvaro, que foi construído na época da segunda guerra e carrega mistérios até hoje! Dizem que foi um refúgio de Nazistas e uma revista da cidade chega a comentar que Adolf Hitler pode ter passado por ali."
“Esse é o castelo do Seu Álvaro, que foi construído na época da segunda guerra e carrega mistérios até hoje! Dizem que foi um refúgio de Nazistas e uma revista da cidade chega a comentar que Adolf Hitler pode ter passado por ali.”
Osmar! Caseiro do castelo El-Dourado
Osmar! Caseiro do castelo El-Dourado

Santa Catarina: “Cada dia mais eu percebo que minha casa é a minha cabeça e que o meu quintal é o mundo, seja tomando banho de rio, usando banheiro limpo ou sujo, dormindo no colchão ou na barraca, no posto de gasolina ou na rodoviária. Hoje eu não tenho um lugar fixo pra morar, mas eu tenho as pessoas e elas são minha família, sejam elas boas ou más todas são pessoas, e nada, nada nesse mundo nos diferencia: nem a cor, nem o dinheiro, nem a bondade, nem a maldade, nem a religião, nada…” (Rio Negrinho, Balneário Camboriú, Florianópolis, Guarda do Embaú, Farol de Santa Marta, Orleans, Lauro Muller, Bom Jardim da Serra).

Serra do Rio do Rastro
Serra do Rio do Rastro
Festival Psicodália - Rio Negrinho SC
Festival Psicodália – Rio Negrinho SC
Festival Psicodália
Festival Psicodália
Morro do Careca SC
Morro do Careca SC

Rio Grande do Sul: “Chuva, frio, barro, barraca e um pouco de sujeira. Nessa última semana foi um pouco difícil se manter limpo, quente e seco. Barraca molhada, roupa úmida, bicicleta suja, banho de rio, frio na nuca, chuva e muita subida. Além disso tudo, alguns perrengues com a bike, problemas nas rodas, pneus e câmaras de ar, morros infinitos nas serras que atrasaram tudo, estrada de terra e pedra que impediram o rendimento da viagem, tudo que foi dando aquele tempero que a gente gosta. Quando tudo dá certo não tem tanta graça. É legal viver um tempinho assim, no perrengue, por que eu sei que em alguns dias eu chego na capital e ai tudo se ajeita. Dá pra tirar o atraso, dormir em cama macia, arrumar a bicicleta, lavar roupa, tomar banho em banheiro limpo, e o melhor é o valor que se dá pra tudo isso.” (São José dos Ausentes, Várzea, Cambará do Sul, São Francisco de Paula e Itaimbezinho). Desde o último diário, Beto estava em Canela, de onde segue até São Leopoldo e Porto Alegre.

Cânion do Itaimbezinho - Cambará do Sul - RS
Cânion do Itaimbezinho – Cambará do Sul – RS

 

"Acordamos cedo naquela vilinha tomada pela serração (neblina). Tudo branco e úmido, só o topo das montanhas ficava descoberto." (RS)
“Acordamos cedo naquela vilinha tomada pela serração (neblina). Tudo branco e úmido, só o topo das montanhas ficava descoberto.” (RS)
Várzea (RS)
Várzea (RS)

Uruguai: “A sensação de cruzar a fronteira foi muito maluca. Fiquei um pouco extasiado, sem reação, meio bobo. Achei que eu fosse chorar e uivar como sempre, mas não, entrei no Uruguay quieto, com o coração batendo bem devagar e os pensamentos lá longe. Os pensamentos se voltaram para a imensidão do que estou vivendo, como se eu estivesse digerindo as informações, organizando tudo, colocando as lembranças do Brasil num quadro bem grande, que vai ficar pendurado em algum lugar que eu possa olhar seja lá onde eu estiver, pra sempre, sem perder nem um pouco das emoções que vivi, sem esquecer de cada segundo, de cada olhar, de cada piada. Nada, se Deus quiser, eu não vou esquecer de absolutamente nada do que vivi no Brasil, nesses exatos 3 meses de acontecimentos e encontros surreais.”

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La Paloma – Uy
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La Paloma – Uy

Cabo Polônio: “Me despedi no domingo e segui para Cabo Polônio, o lugar mais incrível de toda a viagem até agora. Um povoado muito pequeno, no litoral, onde só se chega de 4×4, sem energia elétrica, cheio de gente do mundo inteiro, com as casinhas todas de madeira, espalhadas sem nenhuma ordem, sem nenhuma geometria, cada uma pode ficar onde quiser, no meio das dunas e da grama. Tudo muito simples, adaptado do jeito que dá, cheio de cores nas construções, muito astral e sorriso no rosto de todos que estão ali, como se ali não existisse hora nem dia da semana, uma coisa incrível. No hostel que eu fiquei, gente da Alemanha, Noruega, Holanda, França, Argentina, Chile, todos se comunicando numa mistureba de línguas que me deixou com o cérebro todo cheio de nós.”

Cabo Polônio - Uy
Cabo Polônio – Uy

Argentina: “Cheguei. Estou num país que a tanto tempo eu quero conhecer! Vou ficar pouco mais de um mês andando por aqui, até chegar finalmente na tão esperada, e um pouco temida, Cordilheira dos Andes! Lembrando que o meu roteiro vai ser o seguinte: Vou sair da Argentina pela altura de Mendoza, atravesso a cordilheira e chego no Chile. No Chile eu vou pedalar uns 800km pela costa do pacífico e depois eu VOLTO pra Argentina, atravessando a cordilheira novamente, chegando no norte da Argentina, de onde vou seguir viagem até cruzar a fronteira ARGENTINA – BOLÍVIA! Deu pra entender?? hehehehe…Espero que gostem dessa nova cultura!”

Buenos Aires - AR
Buenos Aires – AR

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Rosário - AR
Rosário – AR

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Chile: “Então vamos lá, voltando ao tempo mais recente eu dou continuidade às historias que aconteceram aqui no Chile, nesse quase-inverno de 2013. Me lembro que parei lá em Los Vilos, onde passei 8 dias na casa de pessoas que apareçam na minha vida de uma hora pra outra, e aumentaram mais ainda a minha crença nesses negócios estranhos ai de “energia”, “atração”, “Paizão”, “Teatro de Marionete”, essas coisas de “bicho-grilo”, como diz a minha mãe. Os dias ali com eles foram de puro conforto e carinho. Tive o privilégio de cair de paraquedas em uma das casas mais amorosas de Los Vilos, onde, para agradecer, eu cozinhei bastante, limpei a casa e desfrutei, mais uma vez, do aconchego de um limpo lar…”

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Valparaíso
Valparaíso

Atacama: “OS 4 DIAS DE DESERTO: . . Tô destruído. Sem dúvidas, foi o maior desafio físico e psicológico da minha vida até agora. Aquela história de medinho de dormir sozinho no deserto? Isso ai nem existiu, nem lembrei desse “problema”. O que me pegou foi o desgaste por pedalar 435km em 4 dias, em condições extremas, de muita subida, vento contra, calor de dia, frio de noite, ar seco, nariz sujo, cabelo duro, boca rachada, dedo congelado, bunda fritando e perna latejando. E o melhor de tudo, sem água pra se lavar. . Os caminhoneiros se tornaram meus grandes irmãos. Sem eles eu jamais poderia atravessar esse trecho. Calculo que bebi de 6 a 8 litros de água por dia, graças a eles. Bastava erguer a garrafinha vazia que o primeiro já parava, com um galão cheio pra me presentear com o quanto eu quisesse. Muitos quiseram me dar carona, mas a minha vontade de conquistar esse deserto era tão grande quanto a minha sujeira. . Primeiro dia, acordei as 5h da manhã. Foram 122km de estrada, sendo 60 de terra e 62 de asfalto. Cheguei bem, dormi num lugar maravilhoso, eu e um mundo de estrelas, que chegavam a iluminar a noite. Me senti em casa, toda aquela ansiedade de antes foi em vão, não senti nenhum tipo de medo, pelo contrário, senti a presença de Deus como nunca havia sentido e recebi toda a energia das orações que algumas pessoas me prometeram. Durante a noite, contemplação a natureza e agradecimento ao infinito…Comi meu strogonoff que já estava pronto num “top-where?”, lavei a louça com a língua e dormi que nem um anjo. . No segundo dia eu perdi hora. Era pra acordar as 5h mas meu corpo não conseguiu. As 7h eu consegui e as 8h20 estava na estrada, pronto para o dia que seria o mais cansativo. Foram 102km de muita, mas muita subida, daquelas que, pra mim, são as piores: Suaves e infinitas. Mantive uma velocidade média de 8km/hm. Em algumas partes eu ia tão devagar que preferi empurrar a Princesa, pela primeira vez em quase 7 meses. Sem dúvidas, o grande desafio foi esse dia, muita paciência e concentração, afinal, ou eu vou, ou eu vou. Pedalei até quase de noite, até o corpo pedir pra parar. Dormi feliz com o resultado do dia, achei que não fosse conseguir pedalar tanto. A noite, na barraca, o traseiro doía demais, então eu fiz que nem mamãe fazia comigo quando eu era neném: posição de trocar a fralda, lenço umedecido e hidratante nele, sem dó. Melhorou por 5 minutos, até que eu dormi. No dia seguinte, a dor duplicou. . Tirando a bundassada, o terceiro dia foi lindo, 155km de muita descida, daquelas que, pra mim, são as melhores: Suaves e infinitas. Acordei as 5h da manhã e o deserto era só meu, inteirinho. Meus irmãos caminhoneiros ainda dormiam, ou seja, escuridão e silêncio total. O céu recheado de estrelas, com uma lua que parecia um holofote. Arrumei tudo e sai, ainda de noite, eu e Deus. Sai gritando e ouvindo o eco, lá longe. Só depois de 1h30 pedalando que o sol saiu, e com calma, foi descongelando a ponta dos meus 20 dedos. . Nesse dia eu parei de pedalar por que o vento pediu. Quando eu acho que já conheci um vento forte, o mundo vem e me apresenta outro, ridiculamente mais forte. E o mais legal é que eles sempre se apresentam de frente, “téte a téte”, batendo no peito e mostrando quem é que manda. Tudo bem, quem sou eu pra contrariá-lo, eu paro, se você quer, eu paro. Com as pernas quase anestesiadas, o cabelo marrom e a bunda “nem-se-fala”, fui tentar armar a barraca, mas quem disse que ele deixou? Qualquer descuido e tchau, lá se vai minha casinha pelos ares. Com muita pedra eu consegui deixa-la um pouco mais firme e pude preparar o meu banquete. . A última noite foi de festa, com direito a macarrão “a la areia” e chocolate. Parecia um retardado tirando foto, correndo, escrevendo com a lanterna na mão, mil vezes seguidas, até a foto ficar exatamente do jeito que eu queria. Tava feliz demais, mal podia acreditar que só me faltavam 55km, mal podia acreditar no que estava acontecendo. Foi como um batismo de viagem, afinal, se eu consegui passar por um trecho tão difícil, não sei o que pode me segurar nos próximos 2 anos. Deixei a música alta, fiquei olhando pro céu com a porta da barraca aberta, não conseguia pensar em nada que não fosse bom: família, amigos, feijoada, charuto de folha de uva, tudo o que me espera daqui 2 anos. Eu sempre penso nisso, em qualquer momento difícil eu penso no que me espera quando eu voltar pra casa, ai fica tudo bem. . Em meio aos pensamentos eu dormi sem perceber. Acordei, desliguei a música, fechei a porta da barraca e continuei sonhando. Acordei as 4h30 com um vento barulhento, que fazia a barraca dançar. Tentei dormir de novo, mas nessa altura, eu sentia o meu corpo tão sujo que não consegui mais pegar no sono. Estava parecendo um filé a milanesa (Ps: Assado). Imagine: Quatro dias transpirando, sem banho, o corpo tooodo melado, de repente, um vento feroz que enche a barraca de areia, pronto, empanei. Solução: Liguei o som no último e comecei a arrumar as coisas. Chega, é hora de tomar banho…. . Mais uma vez, sai pedalando de noite, ouvindo Pink Floyd nas caixinhas e tocando guitarra imaginaria. Nenhum movimento, nenhuma luz, só o barulho da gritaria dos meus pensamentos. Finalmente as 8h00 eu cheguei no meu destino, Antofagasta. As 8h30 eu estava na frente da casa da Glória e do Felipe, um casal de amigos terceirizados pela Fer de Los Vilos. Acordei todo mundo, me apresentei, pedi mil desculpas pelo horário e fui direto pro banheiro. . No fundo, o que eu realmente quero com tudo isso, é engrandecer mais ainda o valor das coisas. Eu quero mesmo é viver isso pra valorizar a água e agradecer o banho… e vou confessar uma coisa: um dos maiores prazeres que já senti, foi quando vi a água marrom que saiu hoje do meu corpo, enquanto eu tomava o melhor banho da minha vida. . “VOCÊ SÓ PODE VENCER A SI PRÓPRIO”. . Um grandíssimo abraço a todos, sem areia. . Fiquem com o Paizão, o causador de todo o amor do mundo!! . Beto.”

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 A todos uma boa viagem!

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