Por uma educação que nos ajude a pensar e não que nos ensine a obedecer

Me causa um desgosto muito grande presenciar educadores que, em vez de debater as ideias, apenas as jogam unilateralmente, no melhor estilo “goela abaixo”, como dizem por aqui no Sul.

Alguns professores, antiquados, ainda pensam que não, mas a verdade é que acabou sim essa história de simplesmente obedecer. As pessoas aprenderam, e hoje há certa liberdade para isso, a questionar as ideias, as leis e tudo mais.

É de se questionar os métodos de um professor que não aceita a contra-argumentação. E esse vídeo, produzido pelo Coletivo Canto Geral é um bom exemplo. Na data que marcou os 50 anos do Golpe de 1964, o professor Eduardo Lobo Botelho Gualazzi, da Faculdade de Direito da USP, afirma que “humildemente apoiou” o golpe, entre outras coisas. Como um déspota, lê metodicamente uma carta que faz apologia ao Golpe. “Decisão íntima de que sempre me orgulhei”, diz.

Durante o discurso, um grupo de alunos fez um ato político fora e dentro da sala de aula. Quem apareceu para debater com o professor, foi o jornalista Antonio Carlos Fon, autor do livro Tortura e vítima das atrocidades da ditadura militar. Porém, não houve debate, já que o professor resolveu ir embora antes. Assista:

Não se engane, pois isso não se resume só a faculdade. Com a internet ao alcande de todos, qualquer criança pode entrar na escola com muito mais capacidade de argumentação e debate do que anteriormente. Como o Konfas já escreveu aqui em dois brilhantes artigos: Os MOOCs ainda vão te tirar da escola! e El Barto estava certo: Destruam as paredes da escola, é fácil concluir que hoje o diálogo na educação está sendo mais incentivado do que nunca, sobretudo nas plataformas digitais.

Só não questiona quem não quer e é por isso que torço por uma educação com mais debates e menos vômitos ideológicos.

por uma educação que nos ajude a pensar e não que nos ensine a obedecer