Room 237: O que você não viu em “O Iluminado”

O Iluminado

Room 237 é um documentário mega mindfuck. Principalmente se você assistiu “O Iluminado” de forma fechada e concluiu que é uma obra-prima do terror. O filme é sim uma obra-prima, mas não é sobre terror. É muito além disso.

O documentário, dirigido por Rodney Ascher e lançado em 2012, revela teorias implícitas e mensagens subliminares impressionantes. O filme deixa claro que, mesmo após tantos estudos, provavelmente ainda há mais mensagens que não foram descobertas pelos estudiosos da obra.

E olha que o filme foi dissecadíssimo. Inclusive foi visto, por obcecados pelo Kubrick, de trás para frente e sobreposto ao original. A surpresa são diversas cenas que parecem estar em sintonia, como a própria imagem da capa desta matéria, acima.

São muitas teorias que fica difícil resumir. O fato de o hotel ser construído sobre um cemitério indígena e haver várias referências à cultura dos índios, determina que é um filme sobre o holocausto indígena. O número 42, amplamente mostrado no filme, assim como a máquina de escrever alemã Adler, sugerem que o filme é sobre o holocausto da 2ª Guerra Mundial. O ano de início do extermínio dos judeus foi 1942. E multiplicando 2x3x7, o resultado é…vocês sabem.

o iluminado room 237 stanley kubrick (2)
“Words of wisdom, Lloyd”

Kubrick modificou consideravelmente a história em relação ao romance original, de Stephen King. O labirinto, por exemplo, sequer existe no livro. Unindo a esta invenção do diretor, o documentário encontra referências ao mito do Minotauro. Não por acaso, segundo o documentário, os primeiros filmes de Kubrick foram filmados nos estúdios da “Minotaur Productions”.

O talvez assunto mais conspiratório do planeta também está presente em “O Iluminado”: a chegada do homem à Lua. Segundo o documentário, Stanley Kubrick dirigiu a cena em que a Apollo 11 chegou à Lua, em 1969. “O Iluminado” seria, na visão de especialistas, um filme que mostra o arrependimento do diretor após este acordo com o governo norte-americano. É uma das partes do documentário mais curiosas, por isso transcrevo logo abaixo um dos trechos em que o assunto é citado.

Impossível não se surpreender com a genialidade de Kubrick. Reserve 98 minutos do seu dia e assista a essa preciosidade.

Então depois que bati na tecla com o processo de projeção frontal de tela dentro do material visual da Apollo, então me interessei em ver se Kubrick tinha deixado pistas no restante da sua carreira sobre a sua possível participação na falsificação da aterrissagem na lua da Apollo e fiquei muito feliz quando, há dois anos, recebi a minha cópia de “O Iluminado” em blue ray e a coloquei para rodar e me sentei uma noite para assistir e me dei conta de que todas as coisas que alguém pode imaginar que Stanley Kubrick passou para falsificar a aterrissagem da Apollo e depois no filme cada vez que Stanley se desvia do livro de Stephen King, ele se desvia até dessas exatas perguntas:

“O que se sente ao fazer um acordo com o governo dos Estados Unidos?
O que se sente ao dizer acidentalmente a alguém que estava fazendo algo e ver que depois, possivelmente, tenha que sofrer as consequências da sua falta de integridade?
O que se sente ao mentir para a mulher e dizer à ela que você estava fazendo uma coisa quando na verdade estava fazendo outra? O que se sente quando a sua mulher ficou sabendo do que você estava fazendo realmente?”

Estas são as perguntas que eu tinha muito antes de ver “O Iluminado” de novo depois 8 ou 9 anos de não vê-lo. Não tinha certeza de que estava certo na primeira hora, não tinha certeza se estava movendo a linha do que queria ver e o que via e depois de quase 58 minutos de ver o filme está a famosa cena onde o Danny está brincando com seus caminhões, e vem a cena da Apollo com o foguete decolando e depois eu soube que estava certo e comecei a ver o filme com uma intensidade que não acho que tenha visto em outro filme anteriormente, e cada linha linha começou a parecer verdadeira.

“Wendy, isto é tão típico de você”.
“Por acaso você não sabe que tenho obrigações com os meus patrões?”
“Você faz alguma ideia do que é um contrato? Sabe o que um acordo significa?”

Todo o discurso de Jack Nicholson contra a sua esposa é Stanley dizendo à sua esposa que ela descobriu o que ele estava fazendo, que era o material visual da Apollo.

Kubrick disse que mudou o número do quarto 217 do livro para 237 a pedido do hotel onde o filme foi rodado. Eles tinham um quarto 217 de verdade e achavam que os hóspedes teriam medo de ficar nele se vissem o filme. Não, de fato isso não é verdade, se você liga para o veraneio em Mount Hood e pergunta pelo quarto 217, vai descobrir que não há nenhum quarto. Então essa declaração não é verdadeira. Stanley estava mentindo, essa não é a razão pela qual ele mudou o número do quarto 217 para 237. A razão é porque o quarto 237, no filme, representa o cenário da aterrissagem na lua onde o trabalho e o livro de ciência padrão disse e ainda diz, mas agora com lasers se pode medir melhor, que a distância da Terra até à Lua é de exatamente 237 mil milhas, então ele fez a mudança para que se entendesse que este era o quarto da lua.

Então o Danny se levanta, ele está usando a blusa da Apollo 11, caminha pelo corredor até o quarto 237 e tem uma chave na fechadura e na chave estão as palavras “Room” e a letra “N”, que é uma velha abreviatura que significa “número”, então se lê “Room Number 237” e só há duas palavras que podem te ocorrer com essas letras e são “Room” e “Moon”, então na chave, na etiqueta diz “Moon Room” e esse é o quarto da lua onde tudo o que acontece não é real e tudo sobre este quarto tem que ser coberto com mentiras e não devemos deixar que ninguém fique sabendo o que realmente acontece.

o iluminado room 237 stanley kubrick (1)
“It isn’t real”

Curioso, não? O documentário trata muito mais do que a suposta aterrissagem da Apollo 11 à Lua, como descrito mais acima. Há muito o que ser explorado em “O Iluminado” e há diversas referências a outras obras de Kubrick, como “Laranja Mecânica”, “2001: Uma Odisseia no Espaço” e “De Olhos Bem Fechados”. Kubrick modificou a obra de Stephen King para mostrar mais que um filme. Como é citado no documentário, “O Iluminado é um filme sobre o passado”. Room 237 é, contudo, um documentário recomendadíssimo e valiosíssimo. O trecho acima é só uma gota em um oceano de referências e mensagens subliminares que Room 237 disseca.

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