The London Souls (2011)

Tash Neal (vocal e guitarra), Kiyoshi Matsuyama (vocal e baixo) e Chris St. Hilaire (vocal e bateria) são as almas de Londres, mas são nova-iorquinos. O power trio homenageia no nome e na sonoridade as bandas de Londres. Além de fazer suas músicas aos moldes de Cream, Led Zeppelin, Black Sabbath, The Who e Beatles, há uma influência mais nítida na banda, Jimi Hendrix. E não é só na aparência de Tash Neal, é sonora também.

London Souls gravaram um dos melhores discos de 2011, demonstrando extrema maturidade para uma banda em seu primeiro trabalho. Os três músicos revezando os vocais mostram um artifício importante para uma banda, levando variedade e belas harmonias às composições.

Uma surpreendente fonte de rock’n’roll, blues e british invasion. Das 13 músicas, 9 foram gravadas no Abbey Road Studios, em Londres e ao vivo, demonstrando que o power trio tem uma sintonia inquestionável. O produtor do disco, Ethan Johns, é conhecido por ter produzido os dois primeiros discos do Kings of Leon, ou seja, os melhores.

Foi lançado oficialmente em 12 de julho de 2011. O álbum recebeu ótimas críticas, mas por algum injustificável motivo não estourou no mundo. Mais um mistério do universo musical.

Faixa a Faixa
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1. Intro

Sun, shine on me. Essa é a frase de abertura cantada em harmonia pela banda.

2. She’s So Mad

40 segundos depois da introdução começa a empolgação do disco com She’s So Mad, puramente Jimi Hendrix. She didn’t have to break your heart in two, I know it’s trouble but it’s true.

3.Someday

Mais uma vez London Souls começam soando como um dos seus ídolos, Jimi Hendrix, mas depois do riff inicial o ritmo muda e a música se torna um reggae. Soa estranho ler isso, mas soa bem ouvir a música. Repleta de mudanças rítmicas e de andamento, é um dos pontos altos do disco. Come on back, we’re gonna have a lot of good times, it’s gonna get much better, you know you’ll start to feeling fine.

4.She’s In Control

Cantando em falsete por Kiyoshi na maior parte da música, possui alguns toques de funk e um final espetacular com St. Hilaire encarnando Keith Moon até terminar em fade out. Take your time with a young girls heart, because it breaks so easily.

5.Future Life

St. Hilaire deixa o ritmo da música quebrado com os outros instrumentos se encaixando em perfeita sintonia nas batidas. Baixo e guitarro não se perdem em meio às constantes e sutis viradas da bateria. Músicas como essa servem para perceber quanto de entrosamento há numa banda. Future Life prova que os três London Souls estão na mesma frequência.

6. Old Country Road

Música pertinente com o título. Algumas sacadas de country, com uma guitarra muitíssimo bem trabalhada e uma bateria em ritmo estático durante a música mostrando a ótima técnica de St. Hilaire com a caixa. Perto do final há uma mudança de ritmo e intervalos que são bem preenchidos pelo silêncio de algum ou outro instrumento, habilidade muito bem desenvolvida em mais de uma música. Got to make my way back home, old country road.

7. Six Feet

A primeira balada com violão dos London Souls. Dedilhados e um clima acústico que acalma um pouco após uma primeira euforia desenfreada. Há vários traços de Beatles aqui.

8.Stand Up

Uma das mais empolgantes e pungentes músicas do disco. Um The Jimi Hendrix Experience revisitado.

9. Easier Said Than Done

Quando tudo está indo no básico do trio, guitarra, baixo e bateria, sem mudar o ritmo todos os instrumentos são substituídos por um piano, que acompanha com um violão de fundo o vocal. Essa mudança ocorre na metade da música, antes de voltar ao normal. Demais. I know it’s gonna be easier said than done.

10. I Think I Like It

Turn it up. Essa frase no fundo é dita bem no início da música, enquanto os instrumentos ainda estão vagarosamente aquecendo a introdução, abafados. Segundos depois guitarra, baixo e bateria explodem começando a música em mais um ritmo firme. You’re crazy but I think I like it.

11. Dizzy

Uma balada maravilhosa com mellotron. Mais uma vez lembra os Beatles com um toque de Strawberry Fields Forever na introdução. There’s no cure for the young, canta Matsuyama em uma das belas frases da música. I don’t know who you are, but I know what you’re thinking.

12. Under Control

Um rock’n’roll simples, direto e com uma ponte que destaca mais uma vez todo o talento do Neal na guitarra e a perfeita sintonia que a banda possui nas pausas e dinâmicas.

13. The Sound

Muito John Bonham a bateria que abre a música. Os riff são algo entre Wolfmother, Led Zeppelin e Jimi Hendrix. Cheio de solos, pausas e dinamismo, é uma música que fecha o disco muito bem. Na ponte há uma boa pitada de Whole Lotta Love. O final, em  compasso 3/4, é uma valsa-rock.