A internet é um universo. Mas ao mesmo tempo é um ovo. É como uma cidade do interior, onde todo mundo julga todo mundo. É a maior concentração de fofocas em um único lugar desde a estreia do TV Fama.
E este trem, floodado de informações mistas, é puxado pelas redes sociais, o grande propagador de conteúdo. Neste trem há a classe verídica, a classe caluniosa, a classe informativa, a classe desinformativa e a classe trolladora.
Aldous Huxley estava certo quando dizia que as pessoas estariam tão ocupadas consumindo informações fúteis que tampariam seus ouvidos para o que realmente interessa. Menos é mais é um lema a ser levado na vida. E menos informação, por incrível que pareça, pode ser mais informação (e vice-versa). É melhor não saber de algo do que colocar na cabeça uma mentira fantasiada de verdade.
É uma contradição maior do que o Saara, por exemplo, estereotipar a grande mídia como mentirosa e ao mesmo tempo compartilhar qualquer fotomontagem na timeline do facebook, sem se importar com sua procedência. Tudo bem não assistir à Globo. Mas, calma. Isso não significa que você deva acreditar em tudo que a Rede Esgoto de Televisão posta. Você precisa ficar com o pé atrás sempre. A internet é malandra.
Talvez você tenha visto alguém compartilhar que o facebook será pago, que a final da Copa das Confederações foi comprada pela CBF, que a Milena é o futuro da administração no Brasil, que o policial que baleou o ladrão da Hornet na zona leste paulistana foi afastado pela corporação ou até que a Dilma tiraria a internet do Brasil. Pois é.
Ou, talvez, você nem lembre destes assuntos, já que é tudo muito efêmero. A síndrome do first é real. É diagnosticada em todas as pessoas que comentam e compartilham textos/fotos/áudios/vídeos sem ler o conteúdo completo. Se a timeline mostra quem você é, fica mais fácil compartilhar um monte de links e imagens e mostrar aos amigos que você é um cara informado. Mas compartilhar não informa. Ler sim.
Falando em efêmero e já para finalizar, estou no aguardo do próximo meme. Dona Evani, Pula Tarso, Milena da Administração e Rei do Camarote já são coisas do passado. É uma fama (ou infâmia, no último exemplo) que ascende e cai com mais rapidez do que o império de Eike Batista. Há alguns dias assisti um comercial de uma marca no youtube. Fazia uma semana que ele havia sido lançado e já tinha pessoas comentando “old”. Por sinal, se você chegou até aqui, lembre-se que este texto já é old. Atualize-se. Viaje para o futuro e volte, pois só assim você (eu, nós e eles), viciadinho(s) em informação, saberá de tudo.
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